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> A ideia ( continuação )
 

Ajudado pelo Pastor Pennanen e por Mikko Airila, ele deu início a uma intensa campanha de divulgação e recrutamento, com artigos na imprensa, especialmente no jornal Tyokansa e conferências, para angariar recursos. Foi bem sucedido, e em 28 de janeiro de 1929 foi realizada a compra
da Fazenda Penedo, localizada no Vale do Paraíba, então distrito da cidade de Resende.

 

> A colônia

 

Não existe em Penedo um registro nominal sobre os que vieram, mas no período de 1 de setembro de 1927 até 16 de outubro de 1940, chegaram ao porto do Rio de Janeiro 296 finlandeses, registrados 208 como imigrantes. O período de maior fluxo foi o ano de 1929 quando chegaram 122 colonos. Em 1930, ainda chegaram 21, e em 1931, 23. No período restante, com o início da Segunda Grande Guerra, as chegadas foram pequenas, a não ser em 1938, quando chegaram mais 19 imigrantes.

 

Como previsto no Projeto Habitacional de Penedo, nos primeiros anos, até que cada um pudesse construir sua casa em um dos 250 lotes da fazenda, a vida foi em comunidade. Praticava-se uma lavoura de subsistência, e cultivava-se viveiros de mudas de laranja, cuja venda constituía a principal fonte de renda da colônia. Muitos, decepcionados com as duras condições de trabalho, retornaram à Finlândia. As terras da Fazenda Penedo não eram boas. Assim, alguns obtiveram de volta o dinheiro que tinham investido e procuraram outras terras. Com a queda da indústria da laranja na Baixada Fluminense, cessou esse mercado, e os finlandeses tiveram que procurar outras alternativas. Foi tentado o cultivo de tomate, mas as dificuldades de fazer chegar a produção ao mercado fizeram com que alguns se dedicassem à criação de galinhas. E, agindo em conjunto, comprando rações e viveiros por atacado, acabaram formando uma cooperativa informal. A sede desta cooperativa foi a base do atual Clube Finlândia, fundado em 1943 .

 

> A indústria hoteleira
 

A hotelaria em Penedo teve seu início em meados da década de 30. A Colônia, com seus habitantes louros, de costumes diferentes, como o de fazer sauna, por eles aqui introduzida; seus bailes com polcas, mazurcas e tangos atraia às pessoas. E, havendo agora lugar na Casa Grande, desocupada pelos colonos, passou lá a funcionar o primeiro hotel de Penedo. Aumentando o movimento, os finlandeses passaram a receber turistas. A hospedagem começou nas próprias casas dos colonos, chamadas pensões. Naquela época havia o hábito de se passar as férias anuais, geralmente de duas semanas, em hotéis-fazenda, em regime de pensão completa. As reservas eram feitas por carta, já que telefones praticamente não existiam, e os hóspedes chegavam após viajar em 6 horas de trem do Rio, ou um pouco mais de São Paulo. Da Estação Marechal Jardim, onde desembarcavam, eram transportados para Penedo às vezes até de carro de boi, quando não haviam charretes disponíveis.

 

Nessa época não existia a Rodovia Presidente Dutra, só inaugurada em 1951, o que permitiu o acesso aos automóveis e gerou uma nova modalidade de turismo, o hoje famoso "turismo de fim de semana". Isto fez com que as antigas pensões fossem ampliadas e se transformassem na Pensão de Dª Siiri (Atual Hotel Bertell), Pensão de Helmi e Vivi (Depois Chácara das Duas e hoje Hotel Pequena Suécia), Pensão de Dª Lydia (Atual Pousada Arboretum) e Pensão de Dª Liisa (Atual Pousada Penedo).

 

> A vocação
 
O turismo fez com que as primeiras pensões completas se transformassem em uma rede de 52 hotéis e 39 restaurantes, lanchonetes e bares.
O número de finlandeses residentes atualmente em Penedo, é bem menor. Por isso, existe uma grande preocupação de preservar a  cultura finlandesa no local. O Clube Finlândia tem atuado ao longo do tempo neste sentido. Este reduto foi fundado em 1943, em cujos bailes dos sábados se apresenta o Grupo de Danças Tradicionais, e que desde 1993 abriga o Museu Finlandês da Dona Eva, museu em que podem ser vistas através de peças antigas e modernas a arte e a cultura da Finlândia. O museu tem recebido cerca de 500 visitantes por mês. Penedo hoje é focado no turismo romântico para casais com mais de 30 anos, que gostam de apreciar bons queijos e vinhos.
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